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sábado, 10 de dezembro de 2011

A crônica está no papo – o gênero e o veio das crônicas

Amigos, este blog que criei é para ser de discussão e lancei este texto em jornal já, para falar sobre este gênero que tanto me aplico, apaixonadamente. A expressão está no papo não quer dizer que a domine, mas que é pela via oral que se chega a um belo texto.

Muitas das conversas de corredor e dos bate-papos de calçadas tranquilas e nos círculos de compras de Natal poderiam se tornar excelentes crônicas para jornais, aliás, crônica é material para jornal, jornada, diário, cotidiano. Acho que notadamente o povo brasileiro tem essa criatividade para sortir o dia-a-dia. É rico em vocabulário, expressões e dialetos, inclusive criando palavras novas por junções de prefixos, sufixos ou principalmente pela fonética. Nosso povo é de vigor intenso na fala, na música - exerce o direito de espernear contra as dificuldades e injustiças a que lhe vexa o sentido da vida e de nação. A literatura não pode ser morta, tem de transpor o mutismo da grafia, tem de ter voz, interpor, compor, dispor e até propor.
A crônica é uma forma de humanizar, de tornar comum o lugar das classes sociais, não importando a serem autoridades, ricos ou pobres. Na barbearia, no cabelereiro não se tem censura, o assunto é comum.
Este gênero literário vinga principalmente por isso. A visão, o ponto de vista pessoal ou de uma localidade, o texto é mais do trivial, não é genérico, é inusitado, próprio – não é trabalho de dissertação científica. Tem nuances, humor, drama e... alento. Eu fico boquiaberto com frases bem construídas por “leigos” que não escrevem ou publicam, quando ditas num calor de discussão ou num mero acaso de suas dores ou anseios.
Nos textos , as personagens podem ser de qualquer tipo e classe social, mas o demiurgo (maestro) é o cronista, os fatos podem ser superdimensionados para caber o impacto e ápice da conclusão.
Neste texto de crônica sobre a crônica, pelas muitas vezes que fui perguntado sobre a tal, digo que o fascinante a mim é que o texto em crônica nos faz igualar o universo, as classes sociais – podemos redimir os menos-favorecidos, humilhados, oprimidos, estressados e a nós mesmos. Ufa!
E depois dizem que literatura não serve para nada! Protesto. Depende de quem a lê. Ainda que não se viva de literatura, nem os escritores (rsrsrs), ela é fundamental e se desenvolve em dialetos, cordel, caixa de fósforos, papel de pão, e outros meios de expressão, e, se não é por dinheiro, deve ser por amor mesmo. Escreva, leitor.

2 comentários:

  1. Pleníssimamente de acordo... ler e escrever... alimentos do intelecto que mesmo quando nos "hackeam"... não conseguem penetrar-nos e lá arquivado na pasta "Memória" todo nosso arquivo adquirido! Muito bem lê-lo!
    Abraço, Célia.

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  2. Eu concordo você! A literatura esta presente em tudo que lemos... é o alimento do intelecto e quem a lé sente que muda algo, Então é fundamental para nós... bjosss

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