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sábado, 21 de janeiro de 2012

O androide e as três leis

O androide e as três leis
Isaac Asimov elaborou as três leis da robótica em seu livro Eu, robô.  1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal. 2ª lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei. 3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Lei.  
Ora, todos sabem que as leis são necessárias e criadas quando existem as transgressões e prejuízo ao corpo social.
 Atualmente os japoneses fazem robôs domésticos para cuidar da casa, de idosos e assim vai. Os filmes futuristas já colocam os robôs-androides, masculino ou feminino, numa posição de destaque ou protagonistas de suas tramas. Essas leis tentam deixar claro o primado do homem sobre a máquina, como o criador sobre a criatura. Todavia, muitos desses filmes mostram um robô que chega ao topo social, como todo cidadão capitalista desejoso de poder e sucesso. A pessoa humana deve ser um robô, prático, servil e inteligentíssimo para chegar lá? Ao elencar as leis, vê-se a possibilidade de transgressão e cria-se na sociedade mais uma subclasse social, a dos androides – os mais eficientes escravos, que não adoecem, não faltam ao trabalho.
Desenvolver-se-á um androide com inteligência artificial suficiente para liderança ou capacidades humanas como nos filmes? É uma incógnita, mas a tecnologia caminha para suplantar obstáculos do serviço dito manual humano com robôs de várias formas na linha de montagem e robôs domésticos.
A questão de fundo é o humano e sua formação social e econômica e não o robô ou a evolução tecnológica, mas sim a evolução humana (espiritual) que se confunde com a tecnologia, com a tecnocracia. Não se trata de educação, de instrução, trata-se de o humano desenvolver as capacidades que já tem (que Deus lhe deu). O ser humano pode fazer qualquer coisa que um robô ou androide faz, mas como humano e com decisões práticas. O robô nada mais é que a transmissão de um poder fabril a circuitos integrados, a consciência criadora pertence ao humano.  E esta questão se projeta na indústria cultural, nos filmes e livros deste gênero, para falar não  sobre o robô ou androide, pois estes são metáforas do homem e da sua situação fim. O que é o humano?
Na minha obra em livro As ciladas do androide expresso estas contradições e que para alguns são ciladas, armadilhas de um misantropo. Não quis eu fazer nada “dramático” e optei por um conto bem humorado entre um caipira e um androide, Silas e Terry Silva, respectivamente.  O conto é ambientado em Piracicaba e Minas Gerais. Cito o Bairro Fria, o cemitério da Vila Rezende e também o centro, onde Silas e o androide moraram um tempo numa pensão – com o cachorro do caipira com eles.
Camilo Irineu Quartarollo

sábado, 7 de janeiro de 2012


Amigos, o texto postado versa sobre o humor e nada melhor que começar o ano, até dos aziagos, assim. Com bom humor e boa literatura. O meu livro As ciladas do <Androide> está no páreo e já estou vendendo. O preço de capa é de R$15,00 e encaminho pelo correio num endereço fornecido e o reembolso pode ser feito por depósito em uma conta que fornecerei quando o leitor quiser e puder pagar, na confiança. Está circulando...  
 Deus é brincalhão
 - Humor na literatura
Neste século globalizado não podemos escrever só para um tipo de leitor. Temos de ser meio bíblicos, ter umas quatro tradições interdependentes num texto, com quatro mãos herméticas – a bíblia tem um tom jocoso nas palavras e frases e antíteses bem feitas. Veio primeiro pela oralidade, contada de pai para filho, de uma forma “cantada” para que facilitasse a fixação do dito na memória do ouvinte e o papel ou papiro não era acessível como hoje.
Pelo tom sagrado que tem esse livro grosso, antigo e de muitas interpretações, ninguém parece notar que a bíblia tem humor nas suas linhas, inclusive nos próprios livros do Evangelho. Como se coloca Deus como figura central o tempo todo, pegam-se os textos como absolutas manifestações divinas e não se vê a perenidade do fluxo de consciência dentro deles. Não se percebe a ironia aos discípulos totalmente perdidos, que não entendem, quase sempre, o que diz o mestre (diz que só o entenderam depois da ressurreição). Essa sisudez religiosa talvez se deva ao passado do ocidente cristão, sisudez muito bem criticada no livro de Umberto Eco, O Nome da Rosa. Numa passagem do livro uma personagem chega a afirmar “que Deus não ri”. O físico Albert Einstein, um dos precursores da física moderna, diz que Deus é brincalhão. Não vejo uma imagem mais linda para Deus, afinal, quem gosta de um pai ou mãe sisudos? O humor, o riso, é a superação, a transcendência.
Numa passagem, Jesus depois de muito falar em tom profético sobre o reino de paz ouve dos discípulos que “já” têm uma espada, ao que grita Ele um chega (não entenderam bulhufas). No jardim das oliveiras, em meio aos soldados, Pedro lança mão de uma espada. Trazia consigo? Talvez fosse ele o que se manifestara que tinha a dita cuja e sempre falando como líder do grupo... e corta a orelha de um guarda.
Talvez em alguns meios religiosos, onde se cultiva a fantasia religiosa da concentração mental e evite-se no máximo a dispersão, certas observações são temerosas e tudo fica um tanto solene demais, mesmo na descontração de um lanche. Jogar com a ironia e o cômico é um jogo de mestre, de jogar com o descontínuo, com o entremeio, com o contraponto, com o bizarro, mas por que não rir?  Em lugar nenhum da bíblia está escrito que Deus ri, mas também não está escrito que não ri, discutem o venerável Jorge e frei Willian (personagens de O nome da rosa). Eu, como Einstein, acho que ri.
A vida a Deus pertence. O humor é a transcendência, as regras são para o bem viver, não para escravizar, se não fosse assim, o livre arbítrio seria só para fazer o mal? Quem disse que o bom arbítrio são as regras?

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011


   S i n o p s e 

                                 O androide é uma criação do Dr. Zéfiro, alto funcionário do D.I.H. (Departamento de inteligência humana). Por falta de verbas no departamento, este cientista pega o seu ajudante da faxina, dando-lhe moradia e um adicional para ajudar no seu projeto secreto. Dr. Zéfiro conduzia vários projetos de inteligência artificial, robôs da série T, e ao completar a criação do T10, sua melhor versão desde o T1, faleceu. O androide ficou aos cuidados do seu Silas, o ajudante e cuidador, sem conhecimentos técnicos, agindo pelo instinto e pela sorte. O que Silas não sabia é que ele e o androide tinham tantas coisas em comum.

domingo, 18 de dezembro de 2011


Feliz Natal!
Este final de ano fui agraciado com muitos convites de corais, para exposição, entrenimentos dos mais variados com alguma apresentação - não era comilança, churrasquismo ou nada para entorpecer os sentidos, ao contrário -  e isso aumentou em Piracicaba, a cultura, esta passa a fazer parte do cotidiano de alguns do meu setor, alguns músicos, outros fotógrafos e pintores, outros declamadores e muitos outros exercendo capacidades que o trabalho executivo poderia atrofiar, mas não atrofia. Por que cantar, fotografar, pintar ou escrever? Ora, somos humanos.
Apesar da consumismo, modismo, e outros ismos, a essência do natal sobrevive, é um dos cultivares mais prósperos da cristandade, o que a mídia de vendas nos apresenta como o novo, o revolucionário, não é nada mais que um simulacro de 1,99 perto da força desse símbolo universal. Neste ano vindouro, que possamos pensar no varejo, refletir com objetividade quando o assunto for a coletividade, voto ou... dessa natureza, porque não cabe escolha saudável se fizermos com ingenuidade. Voto é somente parte de um processo democrático, depois é que são elas, carga de impostos, qualidade de vida, os sócios do candidato pedindo contas, o chororô do caixa nos primeiros dias de governo e depois os candidatos se tornam invisíveis, saem da mídia, vão viajar no extra-mundo e só aparecem para inauguração, assuntos ruins é com assessores; mas o mundo não acaba. Feliz Natal e que esse espírito possa alcançar a todos.
Pessoal que me lê, no ano vindouro estará nas livrarias o novo livro meu As ciladas do androide.

sábado, 10 de dezembro de 2011

A crônica está no papo – o gênero e o veio das crônicas

Amigos, este blog que criei é para ser de discussão e lancei este texto em jornal já, para falar sobre este gênero que tanto me aplico, apaixonadamente. A expressão está no papo não quer dizer que a domine, mas que é pela via oral que se chega a um belo texto.

Muitas das conversas de corredor e dos bate-papos de calçadas tranquilas e nos círculos de compras de Natal poderiam se tornar excelentes crônicas para jornais, aliás, crônica é material para jornal, jornada, diário, cotidiano. Acho que notadamente o povo brasileiro tem essa criatividade para sortir o dia-a-dia. É rico em vocabulário, expressões e dialetos, inclusive criando palavras novas por junções de prefixos, sufixos ou principalmente pela fonética. Nosso povo é de vigor intenso na fala, na música - exerce o direito de espernear contra as dificuldades e injustiças a que lhe vexa o sentido da vida e de nação. A literatura não pode ser morta, tem de transpor o mutismo da grafia, tem de ter voz, interpor, compor, dispor e até propor.
A crônica é uma forma de humanizar, de tornar comum o lugar das classes sociais, não importando a serem autoridades, ricos ou pobres. Na barbearia, no cabelereiro não se tem censura, o assunto é comum.
Este gênero literário vinga principalmente por isso. A visão, o ponto de vista pessoal ou de uma localidade, o texto é mais do trivial, não é genérico, é inusitado, próprio – não é trabalho de dissertação científica. Tem nuances, humor, drama e... alento. Eu fico boquiaberto com frases bem construídas por “leigos” que não escrevem ou publicam, quando ditas num calor de discussão ou num mero acaso de suas dores ou anseios.
Nos textos , as personagens podem ser de qualquer tipo e classe social, mas o demiurgo (maestro) é o cronista, os fatos podem ser superdimensionados para caber o impacto e ápice da conclusão.
Neste texto de crônica sobre a crônica, pelas muitas vezes que fui perguntado sobre a tal, digo que o fascinante a mim é que o texto em crônica nos faz igualar o universo, as classes sociais – podemos redimir os menos-favorecidos, humilhados, oprimidos, estressados e a nós mesmos. Ufa!
E depois dizem que literatura não serve para nada! Protesto. Depende de quem a lê. Ainda que não se viva de literatura, nem os escritores (rsrsrs), ela é fundamental e se desenvolve em dialetos, cordel, caixa de fósforos, papel de pão, e outros meios de expressão, e, se não é por dinheiro, deve ser por amor mesmo. Escreva, leitor.

sábado, 1 de outubro de 2011

Agatha, a rainha e o cervo

Agatha, a rainha e o cervo

Amigos, façam suas críticas nos comentários, à vontade. Estive nesta semana na Nobel do centro aqui de Piracicaba, uma livraria de franquia e conversei com a gerente, que me disse que deixa um lugar reservado para escritores piracicabanos, o meu lá não se encontrava - estava para fazer acerto. Não me incomodo com acerto, mas ela ciosa de suas contas quis se antecipar. Se você, piracicabano ou não, for à livraria, existe uma gôndola, escaninho, com os livros de expressão genuinamente nossa, de Piracicaba; não
que seja melhor que a dos outros, sem querer comparar, mas só para dizer, que a nossa literatura também existe e fica nos fundos da loja, num cantinho que pode ser aconchegante, vá lá é nós que fazemos o nosso espaço, sombras se dissolvem com a luz.

O meu texto de postagem a seguir: 
A metáfora intensifica a trama de um texto ou romance, peça de teatro ou ainda um filme, anda quase em paralelo ao enredo para testemunhá-lo verídico ou despertar-lhe a ironia correlata e ainda entrelaçar-se nele. Quando bem feita, sem excessos “metafísicos” leva o texto a um nível de qualidade. É largamente usada na literatura, uma forma de exemplificar, dar corpo a uma ideia nem sempre apreendida por uma dissertação. O texto literário tem de corroborar, sugerir, questionar, mas trai o escritor. Sim, por vezes, usa fatos ocorridos consigo ou de outrem próximo como uma “profecia” de seus personagens ou de si mesmo. A psicanálise usa da literatura mítica e dos relatos de sonhos nas sessões. Por que o autor usou uma metáfora, e não outra? Alguns chegam a afirmar que na vida nada é por acaso, não sei se concordo com isso para a vida real, mas num texto de ficção...
Agatha Christie amarra o texto com as metáforas, como poucos sabem fazer.  Tudo segue a ideia principal e o acaso de uma cena bucólica cai dentro do roteiro e insinua o desfecho, sutilmente. No conto chamado O limite a escritora traça uma história pequena como um verdadeiro desenho, entrelaçando várias personagens com itens de um lugar físico, conhecido como o limite, um precipício. Os animais servem de alegoria para os humanos, os instintos sem controle nesse limite. Isso traduz a visão da autora e de ocorrências em sua vida, mas os amarrou e “projetou” como ninguém numa literatura de primeira qualidade. Todavia, o final, a conclusão da história, não foi do meu agrado (tinha de ser?), foi uma interrupção de uma enfermeira e a razão humana definindo algo que a protagonista Clare não conseguiu dar para sua própria vida. Fatal. Ela tem o título de rainha do crime, mas passemos a outra rainha, a do filme.
Na interpretação da atriz Hellen Mirren em A rainha, Elizabeth II, num de seus passeios solitários pelos sítios de caça da família real surpreende-se com um cervo solitário ao lado do rio, ela esta com o jipe encalhado, e tenta afugentar o animal para que não pereça nas mãos dos caçadores. Metáfora da morte de Lady Di e das preocupações da matriarca, aduz o filme. Depois a rainha vai ao matadouro e o animal está dependurado, onde o vela por alguns instantes soberanos. Esta princesa era mais amada que a própria rainha? Há momentos que a alma faz jogos com a mente e nessas entrelinhas que uma rainha séria, sisuda se mostra humana. Talvez assim o filme queira ter mostrado.
Alguns autores afirmam que setenta por cento do que falamos é metáfora. Vale a pena entender e pesquisar essa figura de linguagem.
Camilo Irineu Quartarollo
quartarollo.camilo@gmail.com, acessem-me também no
Autor de O Efeito Espacial e de O Seminário

sábado, 3 de setembro de 2011

Olhem para a China!

Olhem para a China!
(Pensamento Greco-romano e chinês)
A cultura oriental e notadamente a chinesa, lugar oposto ao mundo, sempre foi relegada ao estranho e até ao diabólico. Muitos estudiosos como o Jung e outros já atentavam para a necessidade da complementariedade dos opostos. Hoje a economia dá uma guinada e o império representado pelos EUA pende para o oriente. Hora de conhecer melhor este dragão que tanta assusta a marinheiros de primeira viagem.
Pelo nosso lado do ocidente, o pensamento greco-romano é hierarquizado, vê o mundo por categorias (Conceitos gerais que exprimem as diversas relações que podemos estabelecer entre ideias ou fatos). A atitude do filosofo concebido nesta cultura é a apreensão do conhecimento pelo distanciar-se da realidade, dividi-la, ver em análise, por partes. Com isso uma percepção errônea de que se pode estabelecer a ordem, porém a mesma está na cabeça do expectador filósofo que chegou a um conceito (que continua válido?)
No pensamento chinês, contudo, há uma lógica chamada de paradoxal. O mundo e as divindades são dinâmicos. A ordem não é por hierarquia e as coisas não são conceituadas, são ora uma, ora outra, conforme se reage a elas. A ordem não é estabelecida, é uma dinâmica de interações entre os seres e coisas do Universo, do qual o sujeito atua não atuando.
O conhecimento não é pela razão, mas pelo que chama de totalidade, ou caminho experimentador, ou Tao, em que se está envolvido na existência. O complexo do pensamento chinês é que, é aparentemente extremamente simples, é descontínuo como os ideogramas que se distinguem da linearidade da escrita ocidental, dedutiva.
E para concluir este texto, diria que talvez você não tenha aprendido nada e isso é muito importante; se chegou até a esse conhecimento, leia o texto abaixo:

Cap.1) do Tao Te Ching (livro do caminho e da virtude)

O Tao de que se pode falar não é o verdadeiro e eterno Tao.
O nome que pode ser dito não é o verdadeiro nome.
O que não tem nome é a origem do Céu e da Terra
E o nomear é a mãe de todas as coisas.

Sem a intenção de o considerar,
Podemos apreender o mistério e as suas subtilezas,
Através da sua ausência de forma.
Tentando considerá-lo, só podemos ver a sua manifestação
Nas formas que definem o limite das coisas.

Ambos provêm da mesma fonte e são o mesmo.
Diferem apenas devido ao aparecimento dos nomes.
São o mistério mais profundo,
a porta para todos os mistérios.