Contador




chat on line

sábado, 25 de junho de 2011

Amigos, esta semana fomos ver uma peça de teatro chamado O homem da cabeça de papelão no bar do Lao e depois da esplêndida performance do ator da crítica obra, trocamos exemplares com Augusto Bicalho. O tal livro deste autor piracicabano é incomum e chama-se As paredes caiadas, palavras precisos e sintéticas dentro de um mar de ocorrências da minha, da sua, da vida dele. A obra da peça que se apresentou faz críticas às políticas sociais do Brasi e cidade (aliás, aqui há políticas sociais?) e é uma "obra concluída" com Autor: João do Rio
Direção: Gabriela Elias
Adaptação: Guilbert Nobre
Colaboração: Fátima Munis e Karina Degaspari
Obs. do blogueiro: nós só assistimos cada um com sua cabeça mesmo, num quintal maravilhoso que o bar oferece próximo ao rio piracicaba e à biblioteca municipal.
O texto abaixo é da minha cabeça e está disponível a críticas e conhecimento. Abçssss.
acesse também
Papel do livro
O livro vai acabar? As obras virão em livro digital, no formato metálico tipo tablete. O aparelho tem páginas como os de livro, da cor, brilho, o cheiro não. Aliás, tem gente que gosta de cheirar livros antes de abrir! As pessoas botam flores odoríficas ou coloridas entre páginas, peguei uns em sebos e, rabiscados com frases autoafirmativas e declarações de amor, dos que se soltam a escritores paralelos, como um grafites (estive aqui, passei pela existência). Ah, no livro virtual não vão poder fazer orelhas ou dobrar os cantos, nem pôr marca páginas de sua preferência, isso é coisa do passado.
Lemos livros lidos pelos outros e compramos alguns dos mais vendidos ou indicados por algum amigo, ou ofertados pela mídia, mas a nossa leitura depende da visão que temos do mundo. Nós, escritores, temos de escrever para vários públicos ao mesmo tempo e cada pessoa vai ler de forma diferente a mesma coisa. Não a mesma coisa, cada vez que a Consciência vê, o homem tem o poder de mudar coisas. Um livro nunca é igual, nem nós. Isso amedronta! Mas não estamos sozinhos, nem quando lemos um suspense ou uma ficção. Está presente a Consciência, os arquétipos, o Inconsciente em forma de fantasia, de forma imperceptível e indelével, que mexe até com o próprio escritor ao reler o que ele mesmo escreveu. Por isso o livro educa, influencia.
O(a) leitor(a) aborda o escritor na rua e comenta, percebeu no contexto algo inusitado, que nem o escritor previra fazê-lo, mas a obra já é pública. Alguns acham que se escreve sobre o influxo de algum espírito ou entidade, ou sob a famosa musa inspiradora.  Antigamente, eram comuns pseudônimos aos perseguidos pela ditadura, aos poetas ardorosos, aos tímidos e modestos. Temos o Julinho da Adelaide (Chico Buarque), Marques Rabelo (Edy Dias da Cruz), Cora Coralina (Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas) e, destacamos Alberto Caieiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis (todos de uma só Pessoa, ou melhor, do Fernando Pessoa), dentre muitos outros e eu posso escrever como você.
O livro de papel passará ao virtual como um passe de mágica e, ainda assim, ler o livro de papel ou de tijolos dos sumérios não é regressão à infância, mas parte de um ciclo da existência. Páginas virtuais não é a mesma coisa que folha para nossa experiência tátil, olfativa, ou na dimensão lúdica de se tocar uma folha de papel, em que a memória nos remete às das árvores – pelo tátil estabelecemos uma relação perceptiva de coisas, o texto gera ideias pelo idioma, mas subsiste pela experiência perceptiva do leitor.
Um livro não é tudo, mas a percepção do cotidiano é de suma importância para nos situarmos numa obra, daí ler ou escrever um livro é um processo natural, em tijolos sumérios, papel de pão ou tablete virtual. Se a obra literária nos questiona, é porque somos o escritor velado. Estamos prontos.
________
Os nossos livros, de papel mesmo, estão à venda na Nobel do centro e do shopping de Piracicaba e aos de fora da cidade, nosso e-mail é quartarollo.camilo@gmail.com

2 comentários:

  1. Camilo, grande artigo esse. O que eu penso sobre esse formato de livro? Acredito que surge para acrescentar, não para substituir e que é um formato não para as nossas gerações, mas para os que virão. Os que nascerem nessa era digital, nessa era chamada de era do conhecimento vai encarar esse recurso como normal.
    Eu não vou negar que já li alguns livros pelo meu PC, e para quem ainda não o fez eu só adianto que é muito cansativo. Prefiro deitar, folhear, anotar, fazer orehas e até sentir o cheiro das folhas. Trato muito do abstrato em minhas poesias, falando de sentimentos mas quanto ao livro eu prefiro o concreto.
    Um grande abraço.
    Kleber J G Martins - Sociedade dos Poetas Mortos

    P.S. - Tem um espaço reservado para você lá na Sociedade. Sinto falta de crônicas por lá. E assim que puder e se assim desejar. Pode me enviar uma de suas crônicas para que possa Postar lá.
    MSN- klejosgoumar@hotmail.com
    E-mail - kjgmartins@gmail.com

    ResponderExcluir
  2. Camilo, passei por aqui e conheci o seu espaço. Certamente, voltarei sempre. Abraços!

    ResponderExcluir