O androide é uma criação do Dr. Zéfiro, alto funcionário do D.I.H. (Departamento de inteligência humana). Por falta de verbas no departamento, este cientista pega o seu ajudante da faxina, dando-lhe moradia e um adicional para ajudar no seu projeto secreto. Dr. Zéfiro conduzia vários projetos de inteligência artificial, robôs da série T, e ao completar a criação do T10, sua melhor versão desde o T1, faleceu. O androide ficou aos cuidados do seu Silas, o ajudante e cuidador, sem conhecimentos técnicos, agindo pelo instinto e pela sorte. O que Silas não sabia é que ele e o androide tinham tantas coisas em comum.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
Feliz Natal!
Este final de ano fui agraciado com muitos convites de corais, para exposição, entrenimentos dos mais variados com alguma apresentação - não era comilança, churrasquismo ou nada para entorpecer os sentidos, ao contrário - e isso aumentou em Piracicaba, a cultura, esta passa a fazer parte do cotidiano de alguns do meu setor, alguns músicos, outros fotógrafos e pintores, outros declamadores e muitos outros exercendo capacidades que o trabalho executivo poderia atrofiar, mas não atrofia. Por que cantar, fotografar, pintar ou escrever? Ora, somos humanos.
Apesar da consumismo, modismo, e outros ismos, a essência do natal sobrevive, é um dos cultivares mais prósperos da cristandade, o que a mídia de vendas nos apresenta como o novo, o revolucionário, não é nada mais que um simulacro de 1,99 perto da força desse símbolo universal. Neste ano vindouro, que possamos pensar no varejo, refletir com objetividade quando o assunto for a coletividade, voto ou... dessa natureza, porque não cabe escolha saudável se fizermos com ingenuidade. Voto é somente parte de um processo democrático, depois é que são elas, carga de impostos, qualidade de vida, os sócios do candidato pedindo contas, o chororô do caixa nos primeiros dias de governo e depois os candidatos se tornam invisíveis, saem da mídia, vão viajar no extra-mundo e só aparecem para inauguração, assuntos ruins é com assessores; mas o mundo não acaba. Feliz Natal e que esse espírito possa alcançar a todos.
Pessoal que me lê, no ano vindouro estará nas livrarias o novo livro meu As ciladas do androide.
sábado, 10 de dezembro de 2011
A crônica está no papo – o gênero e o veio das crônicas
Amigos, este blog que criei é para ser de discussão e lancei este texto em jornal já, para falar sobre este gênero que tanto me aplico, apaixonadamente. A expressão está no papo não quer dizer que a domine, mas que é pela via oral que se chega a um belo texto.
Muitas das conversas de corredor e dos bate-papos de calçadas tranquilas e nos círculos de compras de Natal poderiam se tornar excelentes crônicas para jornais, aliás, crônica é material para jornal, jornada, diário, cotidiano. Acho que notadamente o povo brasileiro tem essa criatividade para sortir o dia-a-dia. É rico em vocabulário, expressões e dialetos, inclusive criando palavras novas por junções de prefixos, sufixos ou principalmente pela fonética. Nosso povo é de vigor intenso na fala, na música - exerce o direito de espernear contra as dificuldades e injustiças a que lhe vexa o sentido da vida e de nação. A literatura não pode ser morta, tem de transpor o mutismo da grafia, tem de ter voz, interpor, compor, dispor e até propor.
A crônica é uma forma de humanizar, de tornar comum o lugar das classes sociais, não importando a serem autoridades, ricos ou pobres. Na barbearia, no cabelereiro não se tem censura, o assunto é comum.
Este gênero literário vinga principalmente por isso. A visão, o ponto de vista pessoal ou de uma localidade, o texto é mais do trivial, não é genérico, é inusitado, próprio – não é trabalho de dissertação científica. Tem nuances, humor, drama e... alento. Eu fico boquiaberto com frases bem construídas por “leigos” que não escrevem ou publicam, quando ditas num calor de discussão ou num mero acaso de suas dores ou anseios.
Nos textos , as personagens podem ser de qualquer tipo e classe social, mas o demiurgo (maestro) é o cronista, os fatos podem ser superdimensionados para caber o impacto e ápice da conclusão.
Neste texto de crônica sobre a crônica, pelas muitas vezes que fui perguntado sobre a tal, digo que o fascinante a mim é que o texto em crônica nos faz igualar o universo, as classes sociais – podemos redimir os menos-favorecidos, humilhados, oprimidos, estressados e a nós mesmos. Ufa!
E depois dizem que literatura não serve para nada! Protesto. Depende de quem a lê. Ainda que não se viva de literatura, nem os escritores (rsrsrs), ela é fundamental e se desenvolve em dialetos, cordel, caixa de fósforos, papel de pão, e outros meios de expressão, e, se não é por dinheiro, deve ser por amor mesmo. Escreva, leitor.
sábado, 1 de outubro de 2011
Agatha, a rainha e o cervo
que seja melhor que a dos outros, sem querer comparar, mas só para dizer, que a nossa literatura também existe e fica nos fundos da loja, num cantinho que pode ser aconchegante, vá lá é nós que fazemos o nosso espaço, sombras se dissolvem com a luz.
O meu texto de postagem a seguir:
A metáfora intensifica a trama de um texto ou romance, peça de teatro ou ainda um filme, anda quase em paralelo ao enredo para testemunhá-lo verídico ou despertar-lhe a ironia correlata e ainda entrelaçar-se nele. Quando bem feita, sem excessos “metafísicos” leva o texto a um nível de qualidade. É largamente usada na literatura, uma forma de exemplificar, dar corpo a uma ideia nem sempre apreendida por uma dissertação. O texto literário tem de corroborar, sugerir, questionar, mas trai o escritor. Sim, por vezes, usa fatos ocorridos consigo ou de outrem próximo como uma “profecia” de seus personagens ou de si mesmo. A psicanálise usa da literatura mítica e dos relatos de sonhos nas sessões. Por que o autor usou uma metáfora, e não outra? Alguns chegam a afirmar que na vida nada é por acaso, não sei se concordo com isso para a vida real, mas num texto de ficção...
Agatha Christie amarra o texto com as metáforas, como poucos sabem fazer. Tudo segue a ideia principal e o acaso de uma cena bucólica cai dentro do roteiro e insinua o desfecho, sutilmente. No conto chamado O limite a escritora traça uma história pequena como um verdadeiro desenho, entrelaçando várias personagens com itens de um lugar físico, conhecido como o limite, um precipício. Os animais servem de alegoria para os humanos, os instintos sem controle nesse limite. Isso traduz a visão da autora e de ocorrências em sua vida, mas os amarrou e “projetou” como ninguém numa literatura de primeira qualidade. Todavia, o final, a conclusão da história, não foi do meu agrado (tinha de ser?), foi uma interrupção de uma enfermeira e a razão humana definindo algo que a protagonista Clare não conseguiu dar para sua própria vida. Fatal. Ela tem o título de rainha do crime, mas passemos a outra rainha, a do filme.
Na interpretação da atriz Hellen Mirren em A rainha, Elizabeth II, num de seus passeios solitários pelos sítios de caça da família real surpreende-se com um cervo solitário ao lado do rio, ela esta com o jipe encalhado, e tenta afugentar o animal para que não pereça nas mãos dos caçadores. Metáfora da morte de Lady Di e das preocupações da matriarca, aduz o filme. Depois a rainha vai ao matadouro e o animal está dependurado, onde o vela por alguns instantes soberanos. Esta princesa era mais amada que a própria rainha? Há momentos que a alma faz jogos com a mente e nessas entrelinhas que uma rainha séria, sisuda se mostra humana. Talvez assim o filme queira ter mostrado.
Alguns autores afirmam que setenta por cento do que falamos é metáfora. Vale a pena entender e pesquisar essa figura de linguagem.
Camilo Irineu Quartarollo
quartarollo.camilo@gmail.com, acessem-me também no
Autor de O Efeito Espacial e de O Seminário
sábado, 3 de setembro de 2011
Olhem para a China!

Olhem para a China!
(Pensamento Greco-romano e chinês)
A cultura oriental e notadamente a chinesa, lugar oposto ao mundo, sempre foi relegada ao estranho e até ao diabólico. Muitos estudiosos como o Jung e outros já atentavam para a necessidade da complementariedade dos opostos. Hoje a economia dá uma guinada e o império representado pelos EUA pende para o oriente. Hora de conhecer melhor este dragão que tanta assusta a marinheiros de primeira viagem.
Pelo nosso lado do ocidente, o pensamento greco-romano é hierarquizado, vê o mundo por categorias (Conceitos gerais que exprimem as diversas relações que podemos estabelecer entre ideias ou fatos). A atitude do filosofo concebido nesta cultura é a apreensão do conhecimento pelo distanciar-se da realidade, dividi-la, ver em análise, por partes. Com isso uma percepção errônea de que se pode estabelecer a ordem, porém a mesma está na cabeça do expectador filósofo que chegou a um conceito (que continua válido?)
No pensamento chinês, contudo, há uma lógica chamada de paradoxal. O mundo e as divindades são dinâmicos. A ordem não é por hierarquia e as coisas não são conceituadas, são ora uma, ora outra, conforme se reage a elas. A ordem não é estabelecida, é uma dinâmica de interações entre os seres e coisas do Universo, do qual o sujeito atua não atuando.
O conhecimento não é pela razão, mas pelo que chama de totalidade, ou caminho experimentador, ou Tao, em que se está envolvido na existência. O complexo do pensamento chinês é que, é aparentemente extremamente simples, é descontínuo como os ideogramas que se distinguem da linearidade da escrita ocidental, dedutiva.
E para concluir este texto, diria que talvez você não tenha aprendido nada e isso é muito importante; se chegou até a esse conhecimento, leia o texto abaixo:
Cap.1) do Tao Te Ching (livro do caminho e da virtude)
O Tao de que se pode falar não é o verdadeiro e eterno Tao.
O nome que pode ser dito não é o verdadeiro nome.
O que não tem nome é a origem do Céu e da Terra
E o nomear é a mãe de todas as coisas.
Sem a intenção de o considerar,
Podemos apreender o mistério e as suas subtilezas,
Através da sua ausência de forma.
Tentando considerá-lo, só podemos ver a sua manifestação
Nas formas que definem o limite das coisas.
Ambos provêm da mesma fonte e são o mesmo.
Diferem apenas devido ao aparecimento dos nomes.
São o mistério mais profundo,
a porta para todos os mistérios.
O nome que pode ser dito não é o verdadeiro nome.
O que não tem nome é a origem do Céu e da Terra
E o nomear é a mãe de todas as coisas.
Sem a intenção de o considerar,
Podemos apreender o mistério e as suas subtilezas,
Através da sua ausência de forma.
Tentando considerá-lo, só podemos ver a sua manifestação
Nas formas que definem o limite das coisas.
Ambos provêm da mesma fonte e são o mesmo.
Diferem apenas devido ao aparecimento dos nomes.
São o mistério mais profundo,
a porta para todos os mistérios.
terça-feira, 26 de julho de 2011
Saudações escritores, meus queridos inspiradores e amigos invisíveis. Vc que por aqui passa comente. Este blog é de crítica literária.
Dia do escritor
Leitores generosos e cansados
O leitor dá ao escritor um crédito pelas primeiras páginas de um romance ou conto, ou linhas de um texto, mas se não houver interesse, a continuidade pode ser um exercício árduo de paciência aos assíduos, os próximos títulos deste escritor... Há leitores generosos que leem assim mesmo. O que cair na mão vai se lendo, mesmo com o nariz torto ou abano de cabeça.
Existem leitores pios que creem no narrador onisciente, como se estes possuíssem todo o conhecimento das personagens e enredo possíveis ou que o único enredo é aquele apresentado na sua obra. Se o autor os convenceu, escreve bem e por estes sacrificam-se a vista noturna detrás do abajur.
As personagens saltam das páginas e pulam para dentro de um texto quando uma ideia e contexto lhe são próprios a vir à luz, porque o escrever e o ler desenvolvem uma terceira visão. Digamos um triângulo que se encaixa com o leitor que fazem uma estrela de seis pontas, o texto está pronto.
O que cansa o leitor? A resposta foi repetição de ideias, não a cacofonia (repetição de sons das palavras), mas os adjetivos soando quase como um estigma (fulano cego, o cego fulano de tal, o grande tal, etc.). Aí também a questão do estereotipo. Personagens sem alma são obsoletos. Para os grandes escritores até as cadeiras tinham alma; para os idealistas nada importa mais que “passar” suas ideias prontas e seus pontos de vista numa história comprida, e se forem estes personalidades com o carimbo inglês de Best seller, todos “têm” de ler. Há pessoas que só compram livros de escritores renomados e outras que colocam este título no rol de sua biblioteca como uma verdade inquestionável. Muitos só leem o prefácio de alguém famoso e que alimenta o ponto de vista de seus leitores e as conversas de botequim. Livros como um bem material, um investimento com lastro no dorso. Todavia, o leitor atento descobre nesses o enredo sutil, o que esconde – friso isso, porque certas obras líderes em vendagem têm um caráter global da verdade e polêmicas e, contudo, trazem muitas contradições de bojo.
Faço também aqui a critica a um tipo de literatura paternalista, do texto excessivamente superficial que quer evitar os termos “chulos” e amenizar, glosar, dar voltas que não levam a lugar nenhum e se perdem no abstrato e no formal. O escritor tem escrever e às vezes se sente compelido por motivo pessoal (como um profeta) ou necessidade espiritual ou outro que não o mercadológico, provavelmente nunca vai ser um campeão de vendagem ou personalidade se não tiver uma editora forte ou dinheiro por trás, mesmo sendo bom. O escritor não é alguém de cadeira em academia, dicionário ambulante, fumante de charutos e dono de iate, aliás, o escritor não é ninguém sem o leitor e o seu dia é 25 de julho. Saudações a eles e em qualquer meio que milite, jornal, revista, blogs, site, etecetera.
domingo, 3 de julho de 2011
As três lágrimas e uma interpretação
As três lágrimas e uma interpretação
Eu sempre o achei um pouco mórbido, como se no final o caipira definhasse, assim foram em todas as declamações que vi e ademais a cultura interiorana cultiva a religiosidade, as peregrinações, as relações domésticas e de vizinhança – coisas que tornam fatos tristes em cantos de dor, saudade e de fé.
No início do poema caipira... “se eu pudesse esquecê...” denota uma história pungente de quem quer esquecer, mas precisa contar, dividir a dor. O lugar é público, uma festa de São João. Foi atraído à consorte pelos encantos simples, dos olhares seus nos dela, pelo vestido de chita, tecido ordinário e o único de festa – nos três momentos é o mesmo “vestido de chita, todo enfeitado de fita”. A arte do encontro, a atração o fez dedicar-se àquele amor seu.
Na primeira vez, no pedido de namoro, seus olhos se “orvaiô” porque tinha uma esperança. No ano seguinte eram noivos, foi uma empolgação de estar “satisfeito” apresentando a todos a quem amava, com ufania - esta lágrima não conseguiu segurar por tanta felicidade. A última lágrima foi lancinante e triste: a morte da amada.
A realidade impõe-se com quatro velas e a deposição, cortando o destino que pensava tão feliz. Triste, tocante e fúnebre mesmo. Diriam os(as) leitores(as) que o autor deixou um texto da própria vida ou de alguém bem próximo e com muita mestria. Talvez. Sempre gostei do texto, mas no final não me permitiria a tantas lágrimas e achava muita morbidez, não queria vivenciar isso e quê medo de estar no lugar deste caipira. Todavia, a apresentação deste texto na peça Patacoadas do Cornélio Pires sempre me fez questionar esse definhamento ou morbidez.
Ora, aqui muitos declamadores põem termo à apresentação de forma lacônica, grotesca, seca, como a matar a própria vida dentro de si.
Creio que o ator Bruno Agulhari foi feliz ao declamar. Deu-me outra percepção desta obra. Talvez a que o autor quis dizer mesmo. Na sua interpretação, no “os meus zóio se seco”, se as vê contidas em despedida a quem o faz descobrir o amor, os gestos do ator são como uma ave que voa livre (a alma dela? Desapego?). Na última lágrima do texto: “...eu não queria que ela fosse ansim, sem se adispidí de mim, garrei na cabeça dela e como um loco bejei...as minhas lágrima inundo os óio dela...”, o ator declamador mostra que ele se consumou nela morta e se separou. Se o caipira que sofreu esse golpe do destino realmente tivesse as lágrimas secas, não comporia essa obra prima e se outro lhe aproveitou o “fato contecido”, não deixaria as lágrimas secas, ia colhê-las sempre pela releitura e pela gratidão de quem o fez humano, a menina do vestido de chita. A vida se renova com a gratidão de sentimentos e esta obra vai ser um registro de como sente o mundo e por certo amará novamente.
SE EU PUDESSE ESQUECÊ
AQUELA NOITE DE SÃO JOÃO
MAS QUÁ
ERA A MOÇA MAIS BONITA
COM SEU VESTIDO DE CHITA
TODO ENFEITADO DE FITA
QUE PISÔ NA POVOAÇÃO
NO VORTIADO SAPATIADO
FOI QUE NÓIS SE CUNHECEMO
NOSSOS ÓIOS SE ENCONTRARAM
NOSSOS ÓIOS SE GOSTARAM
E NÓIS TAMBÉM SE GOSTEMO
NO GEMÊ DA VIOLA
NESSA DOR QUE NOS CONSOLA
EU FIZ A DECLARAÇÃO
E COMO QUEM PEDE ESMOLA
OS MEUS OLHO MENDIGAVA
UM OLHA DOS OLHO TEU
E QUANDO A ESMOLA CHEGOU
CHE MEU DEUS
EU NÃO SEI O QUE SENTI
NÃO SEI MEMO PRA QUE MENTI
EU NÃO SEI COMO FOI AQUILO
SENTI UM NÓ NOS GORGUMILHO
UMA VONTADE DE CHORAR
MAIS QUÁ TUDO CANSA
OS MEUS OLHO SE ORVALHÔ
E UMA LÁGRIMA ROLÔ
PRA MODE EU TE ESPERANÇA
E UM ANO MAIS SE PASSÔ
QUANDO FOI NO OUTRO SÃO JOÃO
ERA A NOIVA MAIS BOBITA
COM SEU VESTIDO DE CHITA
TUDO ENFEITADO DE FITA
NESSA NOITE DO SERTÃO
QUANDO SAIMO DA IGREJA
TUDO MUNDO TINHA INVEJA DA NOSSA FELICIDADE
EU TAVA TÃO SASTIFEITO,MAIS TÃO SASTIFEITO
PARECIA QUE MEU PEITO QUERIA
SE ARREBENTAR
EU INTÉ NUM SEI EXPRICÁ
QUEM DIZ,OS MEUS OLHO SE OEVALHO
E OUTRA LÁGRIMA ROLÔ
PRO MODE EU SÊ TÃO FELIZ
MAIS QUANDO FOI NO OUTRO SÃO JOÃO
QUATRO VELA ACESA LÁ NA MESA
ALUMIAVA SEU CACHÃO
INDA TAVA MAIS BONITA
COM SEU VESTIDO DE CHITA
TUDO ENFEITADO DE FITA
E UM RAMO DE FRÔ NA MÃO
QUANDO FOI PRELA PARTÍ
EU NÃO QUERIA QUE ELA FOSSE
ANSSIM SEM SE ADESPEDÍ DE MIM
GARREI NA CABEÇA DELA
E COMO UM LOCO BEIJEI,
BEIJEI SUA FACE AMARELA
NA HORA QUE ELA PARTIU
EU JÁ NEM SABIA CHORÁ
O RESTO DAS MINHA LÁGRIMA
EU DEI PRA ELA LEVÁ
AGORA AS VEIS DE TARDINHA
EU GARRO DE CISMA,DE CISMA
E DE REPENTE SEM QUERER
NUM SEI PURQUE
MA DA VONTADE DE CHORÁ
MAIS QUA QUEM A DE
O MEU PRANTO SE SECÔ
NA DOR DESSA SODADE eta - TV Cultura - SR BRASIL - fotos:
AQUELA NOITE DE SÃO JOÃO
MAS QUÁ
ERA A MOÇA MAIS BONITA
COM SEU VESTIDO DE CHITA
TODO ENFEITADO DE FITA
QUE PISÔ NA POVOAÇÃO
NO VORTIADO SAPATIADO
FOI QUE NÓIS SE CUNHECEMO
NOSSOS ÓIOS SE ENCONTRARAM
NOSSOS ÓIOS SE GOSTARAM
E NÓIS TAMBÉM SE GOSTEMO
NO GEMÊ DA VIOLA
NESSA DOR QUE NOS CONSOLA
EU FIZ A DECLARAÇÃO
E COMO QUEM PEDE ESMOLA
OS MEUS OLHO MENDIGAVA
UM OLHA DOS OLHO TEU
E QUANDO A ESMOLA CHEGOU
CHE MEU DEUS
EU NÃO SEI O QUE SENTI
NÃO SEI MEMO PRA QUE MENTI
EU NÃO SEI COMO FOI AQUILO
SENTI UM NÓ NOS GORGUMILHO
UMA VONTADE DE CHORAR
MAIS QUÁ TUDO CANSA
OS MEUS OLHO SE ORVALHÔ
E UMA LÁGRIMA ROLÔ
PRA MODE EU TE ESPERANÇA
E UM ANO MAIS SE PASSÔ
QUANDO FOI NO OUTRO SÃO JOÃO
ERA A NOIVA MAIS BOBITA
COM SEU VESTIDO DE CHITA
TUDO ENFEITADO DE FITA
NESSA NOITE DO SERTÃO
QUANDO SAIMO DA IGREJA
TUDO MUNDO TINHA INVEJA DA NOSSA FELICIDADE
EU TAVA TÃO SASTIFEITO,MAIS TÃO SASTIFEITO
PARECIA QUE MEU PEITO QUERIA
SE ARREBENTAR
EU INTÉ NUM SEI EXPRICÁ
QUEM DIZ,OS MEUS OLHO SE OEVALHO
E OUTRA LÁGRIMA ROLÔ
PRO MODE EU SÊ TÃO FELIZ
MAIS QUANDO FOI NO OUTRO SÃO JOÃO
QUATRO VELA ACESA LÁ NA MESA
ALUMIAVA SEU CACHÃO
INDA TAVA MAIS BONITA
COM SEU VESTIDO DE CHITA
TUDO ENFEITADO DE FITA
E UM RAMO DE FRÔ NA MÃO
QUANDO FOI PRELA PARTÍ
EU NÃO QUERIA QUE ELA FOSSE
ANSSIM SEM SE ADESPEDÍ DE MIM
GARREI NA CABEÇA DELA
E COMO UM LOCO BEIJEI,
BEIJEI SUA FACE AMARELA
NA HORA QUE ELA PARTIU
EU JÁ NEM SABIA CHORÁ
O RESTO DAS MINHA LÁGRIMA
EU DEI PRA ELA LEVÁ
AGORA AS VEIS DE TARDINHA
EU GARRO DE CISMA,DE CISMA
E DE REPENTE SEM QUERER
NUM SEI PURQUE
MA DA VONTADE DE CHORÁ
MAIS QUA QUEM A DE
O MEU PRANTO SE SECÔ
NA DOR DESSA SODADE eta - TV Cultura - SR BRASIL - fotos:
Autor como A. Campos Negreiro
Nossas obras, à venda nas livrarias Nobel do centro de Piracicaba e do Shopping
e contato pelo e-mail quartarollo.camilo@gmail.com
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